terça-feira, 26 de maio de 2009

Saudade

Ah, eu sinto tanta coisa ao mesmo tempo quando penso nela. Dá vontade de rir, de chorar, de agarrar, de fugir. Tudo junto. Mas é tanto sentimento que no final das contas eu não saio do lugar. Cada coisa empurra pra um lado e no fim tudo se anula, menos a saudade. E eu fico aqui, parado. Sozinho.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Hey Jude e Idiossincrasias

Estou cada vez mais ligado no Facebook. Não sei como não comecei a usar aquilo antes, tudo é bacana. Muito interativo mesmo. Também tenho mania de ficar fazendo todo quiz que aparece pela frente. Bem, nem todos, mas enfim, aqueles que parecem mais interessantes. Hoje fiz, dentre outros, o "which Beatles' song are you?" O resultado: Hey Jude.

Difícil falar em música favorita dos Beatles, mas Hey Jude é, sem dúvida, das que mais se comunica comigo emocionalmente. Por tudo. O arranjo, a interpretação deles, a letra. Realmente não é difícil eu me emocionar bastante escutando esse som. Tem algumas coisas que parece que simplesmente desligam qualquer defesa e/ou filtro que eu possa ter. Vão direto para o coração.

Geralmente é algum texto bonito ou, mais facilmente, um filme bem feito e, mais facilmente ainda, uma música. Tudo que está em volta some e eu fico lá, ligadão. Isso sem falar na beleza. Como eu sou refém do belo! Pode ser uma pintura, uma fotografia, um por do sol, um bicho correndo, selvagem. Mas quando é uma mulher, então... Com graça, romance e, principalmente, pequenas idiossincrasias. Adoro essa palavra.

No Michaelis (o que apareceu primeiro no Google) está definida assim:

1 Med Constituição individual, em virtude da qual cada indivíduo sofre diferentemente os efeitos da mesma causa. 2 Psicol Qualquer detalhe de conduta peculiar a um indivíduo determinado e que não possa ser atribuído a processos psicológicos gerais, bem conhecidos.

Resumindo, escolhi essa palavra pra definir aquela coisa única que só determinada mulher tem e ou faz daquele jeito. Pode ser um sorriso maroto, um olhar 43, um jeitinho de andar, de mexer as mãos, um brilho, um cheiro. As idiossincrasias é que podem fazer uma mulher bela - ou não - ao menos aos meus olhos. E sempre que me apaixono, é por todas essas pequenas coisas e, muito provavelmente, justamente por causa delas! Quando acaba, é do que eu sinto mais falta.

Daquele jeito de se vestir que só ela tinha, do cheiro que ninguém consegue duplicar, da gargalhada que soltava vendo alguma coisa na tv, do grito quando escorregava ou ia derrubar alguma coisa das mãos, do jeito que arregalava os olhos surpresa com algumas situações... Me prendo a esses momentos e fica difícil esquecer. Assim como me prendo a cada detalhe do Ringo tocando Hey Jude. O timbre dos pratos, o jeito que os tambores estão afinados, bem abafados...

Eu sou, com certeza, do micro e não do macro. Presto atenção em tudo e me encanto, ou me decepciono, por conta de cada uma das pequenas coisas que fazem o todo. Quanto mais especiais, mais prendem a minha atenção. As vezes tenho até dificuldade de abstrair pra apreciar o conjunto da obra. Preciso primeiro escutar o Paul, depois John, depois George, depois Ringo - não necessariamente nessa ordem - e só quando percebo que todos soam muito bem, é que consigo ouvir o todo com o coração aberto.

Engraçado como com as coisas funcionam de um jeito diferente nos meus relacionamentos: fico tão preso nas idiossincrasias que me encantam, que tenho dificuldade para perceber o que é o verdadeiro todo e qual o impacto que ele vai ter sobre mim. Não quero abandonar essa capacidade de enxergar - e me encantar cegamente - por cada um dos mínimos detalhes, mas preciso me concentrar mais para não me prender a eles e sim me apaixonar - ou não - pelo resultado final do que todas aquelas idiossincrasias significam juntas.




domingo, 3 de maio de 2009

Uneasiness

Já tá um pouco tarde pra começar a escrever (1:39 da segunda-feira), mas tem alguma coisa ruim que eu preciso botar pra fora, ou talvez alguma coisa boa que eu preciso botar pra dentro. Só sei que tem que mudar; do jeito que tá não dá pra ficar. To me sentindo meio peixe fora d'água ultimamente. Can't fit in; sempre falta alguma coisa. It's a feeling of uneasiness. Não tem palavra em português pra expressar isso, mas no Merriam-Webster uneasiness tá definida assim: "causing physical or mental discomfort".

Realmente é isso... Não importa o que eu faça, ou onde eu esteja, sempre tem alguma inquietação de fundo, alguma coisa que me impede de curtir totalmente o momento. Outro dia tive uma dificuldade absurda para ouvir música. Pra mim, música não é uma distração; é vida. Quando eu coloco headphones e não consigo me desligar de qualquer pensamento que esteja passando na minha cabeça, pra simplesmente me deixar dominar pela música, é porque algo está errado.

Falando em música, eu tenho escutado muito Valerie dos Zutons, Heartstrong do Silvertide e Girl I Wanna Lay You Down da Animal Liberation Orchestra. Eu gosto delas por inteiro, mas cada uma tem uma frase que eu canto do fundo da alma; respectivamente:

Valerie: "won't you come on over... stop making a fool out of me!"
Heartstrong: "I just can't stand to see you smile from a picture frame..."
Lay You Down: "But this feeling that I have for you is burning up my world!"

Então resolvi pegar o violão e tocar e cantar e cantar e tocar... E fez um bem danado, né? Acho que nunca cantei tão bem. Especialmente sábado a noite. Botei todos os demônios pra fora e até me perguntaram se eu fazia aula de canto. Mas foi no bom sentido, porque também ganhei elogios. O trabalho também tá indo muito bem. Bastante diferente dos meus posts anteriores. Consegui voltar ao estilo "trator". Bem objetivo, esforçado, rápido, dinâmico.

Esse texto tá um pouco contraditório, mas na verdade é simples: quando estou concentrado, tudo vai bem. E eu tenho conseguido fazer isso ou trabalhando duro, ou cantando alto de olhos fechados. Nas outras vezes, everything goes a little uneasy. Parece difícil equilibrar e conseguir sucesso em tudo. A boa notícia é que me parece que o problema não é mais ansiedade. Essa etapa deve ter sido superada. Dá até medo de comemorar, mas estou mesmo aparando as arestas e crescendo.

O resultado final, ainda não sei. Na verdade, já estou começando a me questionar se existe final nisso tudo... O negócio é equilibrar as emoções no dia-a-dia (ainda tem hífen depois reforma?) e esse é o grande desafio. Sair dos ups and downs e ficar tranquilo no meio termo. Sem essa inquietação de ter que procurar grandes paixões, grandes desafios, grandes novidades, de precisar de grandes conquistas...

Talvez o problema, realmente, ainda seja a ansiedade... Mas agora é diferente. Não é que eu não consiga me livrar dela; é que eu consegui mas eu sinto falta! Meta: Aprender a viver sem a ansiedade e entender que eu tenho mania de procurar coisas, pessoas e situações que me trazem ansiedade porque estou acostumado a esse sentimento e isso me coloca numa zona de conforto que, na verdade, não é nem um pouco saudável a longo prazo.