quinta-feira, 7 de maio de 2009

Hey Jude e Idiossincrasias

Estou cada vez mais ligado no Facebook. Não sei como não comecei a usar aquilo antes, tudo é bacana. Muito interativo mesmo. Também tenho mania de ficar fazendo todo quiz que aparece pela frente. Bem, nem todos, mas enfim, aqueles que parecem mais interessantes. Hoje fiz, dentre outros, o "which Beatles' song are you?" O resultado: Hey Jude.

Difícil falar em música favorita dos Beatles, mas Hey Jude é, sem dúvida, das que mais se comunica comigo emocionalmente. Por tudo. O arranjo, a interpretação deles, a letra. Realmente não é difícil eu me emocionar bastante escutando esse som. Tem algumas coisas que parece que simplesmente desligam qualquer defesa e/ou filtro que eu possa ter. Vão direto para o coração.

Geralmente é algum texto bonito ou, mais facilmente, um filme bem feito e, mais facilmente ainda, uma música. Tudo que está em volta some e eu fico lá, ligadão. Isso sem falar na beleza. Como eu sou refém do belo! Pode ser uma pintura, uma fotografia, um por do sol, um bicho correndo, selvagem. Mas quando é uma mulher, então... Com graça, romance e, principalmente, pequenas idiossincrasias. Adoro essa palavra.

No Michaelis (o que apareceu primeiro no Google) está definida assim:

1 Med Constituição individual, em virtude da qual cada indivíduo sofre diferentemente os efeitos da mesma causa. 2 Psicol Qualquer detalhe de conduta peculiar a um indivíduo determinado e que não possa ser atribuído a processos psicológicos gerais, bem conhecidos.

Resumindo, escolhi essa palavra pra definir aquela coisa única que só determinada mulher tem e ou faz daquele jeito. Pode ser um sorriso maroto, um olhar 43, um jeitinho de andar, de mexer as mãos, um brilho, um cheiro. As idiossincrasias é que podem fazer uma mulher bela - ou não - ao menos aos meus olhos. E sempre que me apaixono, é por todas essas pequenas coisas e, muito provavelmente, justamente por causa delas! Quando acaba, é do que eu sinto mais falta.

Daquele jeito de se vestir que só ela tinha, do cheiro que ninguém consegue duplicar, da gargalhada que soltava vendo alguma coisa na tv, do grito quando escorregava ou ia derrubar alguma coisa das mãos, do jeito que arregalava os olhos surpresa com algumas situações... Me prendo a esses momentos e fica difícil esquecer. Assim como me prendo a cada detalhe do Ringo tocando Hey Jude. O timbre dos pratos, o jeito que os tambores estão afinados, bem abafados...

Eu sou, com certeza, do micro e não do macro. Presto atenção em tudo e me encanto, ou me decepciono, por conta de cada uma das pequenas coisas que fazem o todo. Quanto mais especiais, mais prendem a minha atenção. As vezes tenho até dificuldade de abstrair pra apreciar o conjunto da obra. Preciso primeiro escutar o Paul, depois John, depois George, depois Ringo - não necessariamente nessa ordem - e só quando percebo que todos soam muito bem, é que consigo ouvir o todo com o coração aberto.

Engraçado como com as coisas funcionam de um jeito diferente nos meus relacionamentos: fico tão preso nas idiossincrasias que me encantam, que tenho dificuldade para perceber o que é o verdadeiro todo e qual o impacto que ele vai ter sobre mim. Não quero abandonar essa capacidade de enxergar - e me encantar cegamente - por cada um dos mínimos detalhes, mas preciso me concentrar mais para não me prender a eles e sim me apaixonar - ou não - pelo resultado final do que todas aquelas idiossincrasias significam juntas.




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