segunda-feira, 9 de março de 2009

O desafio do ano

Eu to aqui mais ou menos, meio desanimado. As vezes tenho dúvida se escolhi a profissão certa - o que por vezes questiono - e quase sempre tenho dúvidas a respeito de estar ou não no lugar certo. O que é pior: não sei nem mesmo qual é o lugar certo, qual o ideal a ser perseguido. Pra mim é estranho não ter um curso natural das coisas pré-estabelecido.

Quando estamos no colégio, já sabemos que depois do primeiro ano vem o segundo, depois do segundo vem o terceiro... Ou então na universidade, em que a certeza dos cinco anos de curso é sempre presente. A meta é o próximo ano, o caminho para isso é o estudo. Tão certo quanto dois mais dois são quatro. Eu sempre reclamei de regra na vida, agora sinto falta delas.

O que será do ano que vem? Não há estrada pronta, nem garantia do resultado. Eu tenho um bom salário, mas poucas - na minha visão - perspectivas de crescimento onde estou. Para crescer, preciso fazer o escritório crescer. É complicado. Gostaria de olhar pra frente e ver os degraus da escada prontos. Subir já é bastante difícil. Imagina então olhar pra frente e não ver escada alguma... O fato é que fico confuso e desanimado diante da ausência de planos.

O grande problema disso tudo é que ainda não consegui decifrar se a questão é racional ou emocional! É muito fácil colocar a culpa nas coisas que estão a nossa volta, mas talvez a grande dificuldade seja a minha própria incapacidade de conviver com a incerteza, o que cá entre nós, é coisa da vida e eu não vou poder mudar em qualquer lugar que esteja.

Mais do que conviver com a incerteza, é também uma dificuldade de aplicar disciplina ao dia-a-dia e abrir mão de querer viver somente quando há prazer em tudo que se faz e torcer o nariz para todas as outras atividades burocráticas... O prazer é uma sensação e, se é sensação, só pode ser efêmero.

Não posso esperar ocupar o dia com essa sensação, muito menos me deixar dominar por ela no plano das idéias. A frustração é grande depois e eu vinha me utilizando bastante desse mecanismo de defesa. Fugia, mesmo, para o mundo das idéias. Planos mirabolantes, desejos. Assumia dívidas... Coisa de maluco.

Estou fazendo terapia e aprendendo bastante. Depois conto mais, mas em resumo, são esses os desafios que 2009 me apresenta. Talvez ninguém entenda nada, mas pra mim mesmo eu já me expliquei. Basta.

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